No consultório de um especialista em cirurgia da coluna, é comum receber pacientes com queixas de dores lombares. Muitas dessas condições, quando diagnosticadas precocemente, podem ser tratadas de forma conservadora, evitando intervenções mais complexas e melhorando significativamente a qualidade de vida do paciente. No entanto, o sucesso do tratamento não depende apenas do médico — o comprometimento do paciente em seguir as orientações e realizar o acompanhamento periódico é fundamental. Um caso recente ilustra bem essa situação.
O Caso
Há cerca de três anos, uma paciente de 46 anos procurou atendimento apresentando dores lombares. Após avaliação clínica detalhada e realização de ressonância magnética, foram identificadas discopatias degenerativas em estágio inicial — alterações comuns, mas que requerem atenção e cuidados específicos para evitar sua progressão.
Ressonância magnética de 2022 evidenciando discopatias degenerativas lombares em estágio inicial.
Na ocasião, optamos em conjunto pelo tratamento conservador, baseado em mudanças de hábitos e cuidados diários: prática regular de exercícios físicos orientados, reeducação postural, controle de peso, evitar esforços repetitivos, além do acompanhamento médico periódico para monitoramento da evolução do quadro.
A Progressão da Condição
Infelizmente, a paciente não seguiu as orientações propostas e tampouco retornou para as consultas de rotina. Três anos depois, ela voltou ao consultório com um quadro bastante diferente: dores lombares intensas e limitantes, que passaram a interferir de maneira significativa em sua vida pessoal e profissional.
Uma nova ressonância magnética revelou a piora importante das discopatias degenerativas, além de sinais de instabilidade na coluna vertebral, incluindo um quadro de espondilolistese — uma condição em que uma vértebra desliza sobre a outra, agravando os sintomas e tornando o tratamento mais complexo.
Ressonância magnética de 2025 evidenciando evolução significativa das discopatias degenerativas.
Abaixo, é possível visualizar claramente a evolução do quadro dessa paciente ao comparar as imagens de ressonância magnética realizadas em 2022 e em 2025.
Na imagem da esquerda (2022), observamos alterações iniciais, características de um processo degenerativo em estágio leve, com boa possibilidade de controle e estabilização com o tratamento adequado.
Já na imagem da direita (2025), nota-se uma piora importante da discopatia L5-S1 (seta vermelha) e o surgimento de desidratação discal L3-L4 (seta amarela).
Além disso, observamos sinais de instabilidade vertebral com o aparecimento de espondilolistese L4-L5 (seta azul), quadro que trouxe impacto direto na qualidade de vida da paciente e exigirá abordagens terapêuticas mais complexas.
Prevenção é o Melhor Tratamento
Este caso reforça um dos principais pilares do cuidado com a coluna: prevenção e acompanhamento regular. Muitas patologias da coluna evoluem de forma silenciosa e progressiva. O tratamento conservador, quando bem conduzido e seguido adequadamente, tem grande potencial de impedir que essas doenças avancem para estágios mais graves.
Por isso, é fundamental que o(a) paciente:
- Siga corretamente as orientações médicas;
- Pratique exercícios físicos regularmente (sempre com orientação adequada);
- Adote hábitos posturais corretos no dia a dia;
- Mantenha o controle do peso corporal;
- Evite esforços físicos inadequados;
- Realize o acompanhamento médico de rotina.
Lembre-se: cuidar da saúde da coluna é um compromisso mútuo entre médico e paciente. O acompanhamento regular permite detectar precocemente alterações e adaptar o tratamento de acordo com a evolução do quadro, sempre buscando preservar a qualidade de vida e evitar procedimentos mais invasivos.
*Todas as informações em questão foram cedidas e previamente autorizadas pela paciente. Os registros têm caráter educativo e estão em conformidade com a especialização do médico.
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